O estudo, aplicado no Brasil pelo Sebrae, aponta que em 2018 os empreendedores procuraram consolidar seus negócios, apostando na retomada do crescimento do país.
Os números da pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) confirmam o processo de recuperação da economia brasileira em 2018 e apontam reflexos positivos no crescimento da taxa de empreendedorismo no Brasil. Segundo a pesquisa, 2018 foi o ano em que, majoritariamente, os empreendedores atuaram de forma a consolidar os negócios criados em períodos anteriores e passaram a se estabelecer como atividade produtiva.
Realizada no Brasil pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), a pesquisa GEM revela que 38% do total de brasileiros em idade produtiva estão envolvidos com algum tipo de atividade na área dos micro e pequenos empreendedores, o que representa cerca de 52 milhões de pessoas. É o segundo melhor desempenho para a taxa de empreendedorismo brasileira desde 2002.
“A economia do país vem mudando e a tendência é continuar em crescimento”, analisa o economista Marco Aurélio Bedê, analista de Gestão Estratégica do Sebrae. De acordo com ele, as mudanças no cenário econômico do Brasil vêm provocando reflexos no comportamento empreendedor do brasileiro. Bedê destaca, por exemplo, o crescimento, pelo terceiro ano consecutivo, das taxas de empreendedorismo de oportunidade – que ocorre após a identificação de uma demanda de mercado e resulta, por consequência, em empresas mais preparadas e sólidas.
Nos últimos três anos, a proporção de empreendedorismo por oportunidade no universo de empreendedores iniciais cresceu significativamente, chegando a 62% em 2018. “A recuperação desse perfil de empreendedorismo acontece depois de uma queda acentuada entre 2014 e 2015, no auge da crise econômica que atingiu o país”, aponta. Este percentual de 62% encontra-se distante ainda do patamar alcançado em 2012 e 2013, de 71%, porém, apresenta 5 pontos percentuais acima do indicador verificado há três anos.
Conforme a GEM, o aumento está em sintonia com a recuperação da economia brasileira, o que torna a população um pouco mais esperançosa de encontrar no mercado formal de trabalho as respostas para suas necessidades de ordem material.
Empreendedorismo cumpre função social
No Brasil, a pesquisa GEM é realizada pelo Sebrae com apoio do Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP). A economista Simara Maria Greco, do IBQP, acredita que a tendência para os próximos anos é de crescimento também nas taxas de empreendedorismo inicial, que sofreram pequena redução em 2018. “A pesquisa está captando o movimento da economia brasileira”, analisa ela.
A pesquisa GEM mostrou ainda que o empreendedorismo brasileiro tem cumprido a função social de propiciar ocupação e renda, sobretudo para o empreendedor e sua família. Os números mostram que mais de 80% dos empreendedores (iniciais e estabelecidos) afirmam faturar na média entre um e três salários mínimos mensais.
Além disso, considerando apenas os empreendedores iniciantes (com negócios de até 3,5 anos de atividade) que geraram pelo menos um emprego, a GEM revelou que esses negócios foram responsáveis pela criação de aproximadamente 6,5 milhões de postos de trabalho.
Fonte: Agência Sebrae