“O caminho da automação é uma realidade e irreversível”, segundo diretor da Fenacon
É fato que a inovação tecnológica trouxe novos desafios aos mais variados segmentos do mercado e no caso da área contábil não foi diferente. Se, em parte, as novas tecnologias conseguiram superar a resistência do setor com o novo, agora a categoria vislumbra formas de usá-las a seu favor.
Para o vice-presidente do CRCPR (Conselho Regional de Contabilidade do Paraná), Laudelino Jochem, a contabilidade no Brasil vive um momento ímpar em sua história. “Desde 2010 o Brasil adotou as normas internacionais de contabilidade. Este fato, somado ao projeto Sped, marcou o início de um novo ciclo na profissão contábil. Antes, uma contabilidade doméstica, agora internacional e compreendida em mais de 140 países. Estes fatores criaram uma crise no mercado contábil. Agora o conhecimento está aliado à inteligência artificial e isso tornou-se a mola mestra desta nova dinâmica que, por sua vez, precisa ser inovadora e preferencialmente com nuances de disrupção”.
De acordo com Jochem, a inteligência artificial vem gradativamente substituindo o material humano, especialmente nas tarefas repetitivas como inserção de dados em sistemas, bem como na própria preparação de relatórios. “Esta situação caminha a passos largos à tomar conta de inúmeros postos de trabalho, até porque, tudo aquilo que pode ser realizado manualmente com ajuda de um ser humano, pode ser feito por inteligência artificial”, reforça e reitera que “neste cenário, a crise já presente em muitas empresas contábeis, tem sua origem na demora e na dificuldade dos gestores se inserirem neste novo contexto”.
Apesar da inteligência artificial ainda dar os primeiros passos, isso não significa que sua implementação de forma mais abrangente e incisiva será um processo demorado. “A velocidade que (a inteligência artificial) vai se impor de agora em diante será algo nunca visto, a tal ponto que, em um futuro muito breve, grande parte das tarefas seja realizada por robôs”. Em decorrência deste novo cenário, Jochem acredita que esses serviços perderão significativamente seu valor no mercado, já que serão realizados em grande escala e “em velocidade nunca vistas antes”.
Deste modo, ressalta, “o trabalho manual no segmento contábil vai deixar de existir em poucos anos”. Segundo o diretor de tecnologia da Fenacon (Federação Nacionaldas Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas), Hélio Donin Junior, o maior desafio é o profissional ter o mínimo de domínio das operações tecnológicas que interferem no seu trabalho. “É preciso gerenciar e ter acesso aos recursos tecnológicos necessários para uma boa operação. Esse domínio, inclusive, é necessário para se manter no mercado, pois gera alto desempenho, resultados em tempos menores e redução nos custos da operação”.
O presidente do Sescap-Ldr (Sindicato das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina e Região), Marcelo Esquiante, é enfático ao afirmar que “dominar as ferramentas tecnológicas atuais e acompanhar o rápido desenvolvimento de novas soluções é fundamental para se manter no mercado. O aprimoramento constante é fundamental para sobreviver e se sobressair”.
Donin Junior alerta para o fato de ainda hoje existir “muitas operações contábeis com baixo grau de automação. A automação digital na contabilidade é uma demanda do mercado e ele é soberano na exigência para os profissionais. Precisamos seguir onde a sociedade e o mercado nos demandam. O caminho da automação é uma realidade e irreversível. O futuro chegou!”.
Fonte: Folha de Londrina – PR