Balança comercial tem superávit de US$ 6 bi

Baixo dinamismo da atividade explica desempenho de abril, que ficou estável com relação a 2018 influenciado por uma queda de 6,1% das importações e pela manutenção do nível de exportações.

A balança comercial do Brasil ficou positiva (exportação maior que importação) em US$ 6,061 bilhões em abril, segundo melhor resultado para o mês (depois de 2017) e 2,3% maior do que em igual período de 2018 (US$ 5,9 bilhões).

A economista e estrategista de câmbio da Ourinvest, Fernanda Consorte, avalia, porém, que a comparação interanual mostra uma “relativa estabilidade” das nossas trocas comerciais em abril, provocada, principalmente, por uma diminuição das importações brasileiras.

No mês passado, as compras do Brasil de outros países caíram 6,1% em relação a abril de 2018, para US$ 13,6 bilhões, ao passo que as nossas exportações ficaram praticamente estáveis (-0,1%), em US$ 19,6 bilhões.

De acordo com Consorte, o avanço do dólar em relação ao real, somado ao baixo dinamismo da atividade econômica do País, contribuiu para a queda das importações. No mês de abril, recuaram as nossas compras de bens de capital (-10,0%), bens de consumo (-6,6%) e bens intermediários (-0,2%).

Em tese, o dólar mais elevado poderia significar um cenário mais positivo para as exportações nacionais. Porém, a economista da Ourinvest afirma que as conjunturas interna e externa não indicam isso.

“A confiança das empresas nacionais está muito abalada, o que faz com que a decisão de investimento e de produção seja postergada”, diz Consorte. Além disso, a China, nossa principal compradora, passa por um processo de desaceleração em sua atividade, enquanto os Estados Unidos (EUA), o segundo maior destino dos nossos produtos, está cauteloso, apesar do bom momento econômico.

Crise na Argentina

De outro lado, a crise econômica persiste na Argentina, nosso terceiro maior mercado, que vem perdendo o posto para a União Europeia (UE). Porém, o professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Francisco Américo Cassano, avalia que a crise no país vizinho não é o principal problema do Brasil no que diz respeito ao comércio exterior.

Segundo ele, a perda de produtividade da indústria nacional nos últimos anos é um dos principais fatores que impede um crescimento sustentável das nossas vendas aos países.

“A falta de produtividade do País, somada à expansão da China na última década, fez com que a participação da União Europeia no total das nossas exportações caísse de 26,7% em 2001, para 17,6% em 2018. Em relação aos Estados Unidos, essa participação passou de 24,3%, para 12%, no mesmo período”, diz Cassano.

Fonte: DCI

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