Será que as fake news já chegaram à contabilidade? A internet e o mundo digital se tornaram um território em que tudo parece permitido. Em tempos de ânimos aquecidos na política, os balanços e escrituração contábil passam a alimentar, sim, as histórias sobre notícias falsas.
O falseamento de fatos e acontecimentos tem se tornado tão corriqueiro que tudo agora é fake news. Esse termo virou desculpa para quem quer desmoralizar acusações dos mais variados tipos e escudo para quem realmente sofre injúrias.
A OAB-PB (Organização dos Advogados do Brasil) foi palco desse fenômeno durante as eleições para a presidência da seccional paraibana da instituição. Um candidato acusou outro de mau uso de verbas com base em demonstrativos contábeis que evidenciam supostos gastos excessivos.
Mas as notícias falsas não são um privilégio da era digital. Se dependesse delas, o mundo teria vivido uma guerra contra alienígenas em 1938. O que acontece hoje é a popularização desse fenômeno, principalmente no contexto político. A contabilidade entra na onda à reboque de sua importância para as finanças de uma país.
Cabe à sociedade, hoje, desenvolver mecanismos de defesa contra esse fenômeno!
Você, que oferece a contabilidade gerencial ao cliente precisa saber distinguir uma notícia verdadeira daquela que explora e manipula os fatos. Veja nos próximos tópicos como reconhecer uma fake news, de que forma checar informações e em quais fontes confiar.
Afinal, você não quer correr o risco de espalhar informações falsas e de parecer descuidado, certo?
Como a contabilidade reconhece uma fake news
Existem quatro características principais de uma fake news. Se o que você anda lendo cair em, pelo menos, uma delas, o alerta de falsidade já pode soar. Todas têm a ver com um tipo de manipulação da informação que gera perda de credibilidade, ou seja, não é possível acreditar no que reproduzem.
primeiro sinal de popularização e surgimento das fake news está diretamente ligado ao hábito de compartilhamento nas redes sociais. Muitas vezes, as pessoas às quais estamos ligadas por meio de nossos perfis digitais fazem publicações sem o cuidado de verificar a data. Acabam entregando ao consumo conteúdo antigo como se fosse recente. Essa é uma das formas de falseamento das notícias.
Outra característica “fake” é o fato de ela sempre estar ligada a uma informação negativa. Sempre que uma publicação visar a desqualificação de uma das partes, desconfie da veracidade da matéria. O jornalismo preza pela pluralidade e sempre coloca na mesma notícia vários pontos de vista, muitas vezes contrários, sem privilegiar um lado.
A terceira característica tem a ver com a anterior. Diga quem são as fontes que será possível afirmar se a publicação é o ou não falsa. Uma boa notícia é feita de personagens oficiais, ou seja, que tenham autoridade para representar instituições. Também é composta por pessoas afetadas pelos fatos narrados. Informação sem fonte é fake.
Geralmente, também não é assinada, ou seja, não há um responsável pelo texto.
Por fim, os sites que você consulta devem ser confiáveis. Existem várias formas de reconhecer esse tipo de veículo. Primeiramente, eles estão há muitos anos no mercado e constroem credibilidade ao longo do tempo. Em segundo lugar, eles evitam negatividade, são plurais e têm acesso a fontes qualificadas. Para fechar, usam o método jornalístico de apuração e construção de notícias.
Para o escritório de contabilidade, saber lidar com as notícias falsas ajuda a não embarcar nesses enredos, evitando polêmicas e máculas a sua imagem.
Modos de checar a veracidade dos fatos ou fact checking
Você observou os quatro pontos listados anteriormente. Agora chegou a hora de checar, de fato, se um texto compartilhado é fake news. Muitos veículos têm desenvolvido mecanismos de fact checking. Depois de identificadas as notícias faltas, é feita a checagem dos fatos.
Os veículos jornalísticos assumiram isso como papel necessário à manutenção de sua própria existência. Afinal, se toda notícia é falsa, as pessoas correm o risco de deixar de acreditar inclusive nos jornais.
Os sites de checagem se tornaram cada vez mais comuns. O E-farsas, por exemplo, está desde de 2002 buscando desmentir informações falsas. Mas o crescimento das fake news levou o Portal G1, a revista Piauí, o jornal O Globo e oportal UOL a criarem páginas específicas para fact checking.
Nos EUA, durante a última campanha presidencial, da qual Donald Trump saiu vitorioso, o principal site de combate à desinformação foi o Snopes. Eles verificam:
- Textos que circulam online;
- Postagens em mídia social;
- Imagens ou memes;
- Fotografias e vídeos;
- Materiais impressos;
- Artigos de outros sites e publicações.
Conheça outros projetos de checagem brasileiros:
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São muitas as forma que as fake news podem assumir, por isso, todo cuidado é pouco na contabilidade gerencial. Isso porque você deve, quando possível, orientar o cliente. O que evita desesperos e desinformação em momentos cruciais como os de prestação anual de contas.
Confira a seguir o último cuidado que você deve tomar na contabilidade, diante das fake news.
Buscar embasamento em fontes confiáveis
Você sabe quais são as características principais de uma notícia falsa. Também já conhece vários sites de checagem. Falta agora buscar embasamento em fontes confiáveis no momento de tomar decisões na contabilidade gerencial.
O CFC (Conselho Federal de Contabilidade) é um exemplo de site em que você pode confiar. Isso porque está ligado a uma entidade que representa os profissionais contábeis no Brasil. Além disso, reúne informações relevantes sobre eventos e tendências da área. Com perfil semelhante e também confiáveis estão as seguintes páginas:
- CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis);
- Ibracom (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil);
- Portal da Classe Contábil.
Além dessas, outras fontes confiáveis são as governamentais. Neste caso, são as maiores geradoras de informação. Afinal é em função delas que o seu trabalho existe. Se, por exemplo, um boato é lançado nas redes sociais, as fontes oficiais devem ser as primeiras a quem você deve recorrer para buscar orientações.
Fonte: Blog Domínio