Cresce o número de devedores do Imposto Territorial Rural (ITR)


Número de devedores aumentou quase 49% em cinco anos.
Foi por um triz que o produtor rural Roberval Gontijo não deixou a cobrança do imposto passar em branco este ano – R$ 12,66 pela propriedade de seis hectares, em Brazlândia, a 50 quilômetros de Brasília, no Distrito Federal. Este é o valor que o agricultor paga pelo Imposto Territorial Rural – o IPTU do campo.
 
“O programa é liberado em setembro e vai até 29 de setembro. Esqueci de fazer o pagamento, mas já providenciei e terminei o pagamento”, conta Roberval.
 
O imposto é cobrado pela Receita Federal. É só baixar o programa pela internet, preencher os dados, que o próprio sistema já informa o valor da cobrança. A taxa leva em conta o tamanho da propriedade e a área produtiva.
 

Só tem isenção terras indígenas, áreas remanescentes de quilombos, assentamentos de reforma agrária e terras da União, estados e municípios.
 
 
Quem atrasa o pagamento, leva multa. Para Roberval, foram R$ 25 a mais. Mas agora ele já está com todos os impostos em dia. “É importante porque sem ele a gente não consegue pleitear financiamento, se eu precisar vender a propriedade eu não vou conseguir fazer a venda. Vou precisar atualizar esse pagamento, então é muito importante manter em dia”.
 
 
Mas nem todos os produtores rurais cumprem com essa obrigação. A dívida com o Imposto Territorial Rural só aumenta nos últimos anos.
 
Em 2012, eram R$ 19 bilhões. Até agosto deste ano, o valor já soma R$ 28,5 bilhões. Um crescimento de quase 49% em cinco anos. Do total, R$ 8 bilhões são dívidas recentes, cobradas pela Receita Federal administrativamente.
 
Os outros R$ 21 bilhões foram para dívida ativa, já são cobranças judiciais ou por meio de protesto, feitas pela Procuradoria-geral da Fazenda Nacional – 27,5 mil produtores rurais ou agroindústrias estão em débito.
 
Segundo a Procuradoria-geral da Fazenda, a maioria dos devedores do Imposto Territorial Rural (ITR) têm propriedades nos estados de: São Paulo, Paraná, Pará, Rio de Janeiro e Mato Grosso. Os 20 maiores devedores concentram 40% do valor total do débito com a Fazenda e quase todos são donos de grandes lotes de terra.
 
Para o procurador-adjunto de gestão da dívida ativa da Fazenda Nacional, Cristiano Neuenschwander, muitos produtores deixam de pagar o Imposto Territorial Rural esperando os benefícios dos programas de refinanciamento de dívidas.
 
“A dívida cresceu e isso se deve a vários fatores. Um deles, que nos estudo na Receita Federal, aparece muito claramente são a influência de parcelamentos especiais, que servem de mecanismo para rolagem da dívida”.
 
Quem está com o nome sujo sofre sanções aé quitar todos os débitos. Quem ainda não pagou o ITR leva multa de 1% ao mês sobre o valor total da dívida, mais a correção monetária pela taxa Selic. O produtor que quiser regularizar a situação pode participar do programa especial de regularização tributária até o dia 31 de outubro. O programa oferece parcelamentos e descontos no pagamento.
 
G1
 

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