Destinação de recursos dos royalties para educação e saúde vira lei

A presidente da República, Dilma Rousseff, sancionou em  09/09/2013, sem vetos, o projeto de Lei 323/07, que destina os royalties do petróleo para a educação e a saúde. A sanção ocorreu no Palácio do Planalto.

O texto aprovado pela Câmara, em agosto, privilegiou o substitutivo do relator, deputado André Figueiredo (PDT-CE), que direciona 75% dos royalties do petróleo para educação e 25% para a saúde. Já neste ano, a receita prevista é de R$ 770 milhões. A divisão dos recursos entre as duas áreas foi proposta por emenda do líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO).

No caso da exploração da camada pré-sal, os recursos para as duas áreas vão sair de metade do fundo social criado para ser uma espécie de poupança oriunda dos royalties e das participações especiais.

Vitória da Câmara

André Figueiredo comemorou o diálogo com o governo, que permitiu a sanção da nova lei, sem vetos. Esta é uma vitória da Câmara dos Deputados, que apoiou integralmente o nosso relatório. Uma vitória do povo brasileiro porque conseguimos fazer com que a presidente Dilma pudesse avaliar que o projeto, na forma do nosso relatório, era o que melhor representava, inclusive, os posicionamentos do governo federal, para que possamos ter recursos já a partir de 2014. E que, a partir de 2019, possamos ver esses recursos alavancados para que tenhamos aproximadamente R$ 230 bilhões sendo investidos ao longo de 10 anos.

Aperfeiçoamento

A presidente Dilma Rousseff elogiou deputados e senadores por terem aperfeiçoado e, ao mesmo tempo, preservado o espírito da proposta (PL 5500/13) que o Executivo chegou a enviar ao Congresso sobre o tema, privilegiando apenas a educação.

Ao Congresso, portanto, devemos reconhecimento pela sensibilidade social e pela visão estratégica que ele demonstrou ao incluir a destinação de parcela dos recursos também para o investimento na saúde, afirmou a presidente.

O governo comemorou o fato de essa ser a primeira nova fonte de recursos para o Sistema Único de Saúde desde 2007, quando o SUS perdeu a receita da extinta Contribuição sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Setores prioritários na educação

Quanto à educação, Dilma citou setores prioritários que devem atrair os novos investimentos públicos, entre eles, os professores, que serão “mais bem pagos, com acesso à qualificação profissional”. Segundo ela, “essa lei nos ajudará a ampliar o acesso a creches e à educação infantil; graças a esses recursos, nós vamos dar um salto na implementação do ensino em tempo integral.

Segundo Dilma, os recursos também serão investidos na requalificação do ensino médio e profissionalizante; na interiorização das universidades e das escolas e institutos técnicos; e no aperfeiçoamento do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

Dilma e os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e da Saúde, Alexandre Padilha, celebraram o evento como dia histórico e maior legado do governo Dilma para um salto na educação. Também pediram apoio à MP do Programa Mais Médicos (621/13) e cobraram que 50% das emendas impositivas de parlamentares ao Orçamento da União estejam ligadas à saúde.

Espionagem na Petrobras

Coube à presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Virgínia Barros, a referência à espionagem dos Estados Unidos sobre a Petrobras, denunciada pela imprensa. A UNE exigiu uma resposta altiva do governo brasileiro para garantir que a riqueza estratégica do petróleo não alimente apenas os interesses econômicos.

Ao destinar os recursos dessa grande riqueza, que é o petróleo, para educação, possibilitamos que este novo ciclo econômico que se abre não repita os erros do passado, no qual o nosso açúcar, café, minério e borracha serviram para o enriquecimento de empresas e países alheios à realidade nacional, disse Virgínia.

Estudantes participaram da cerimônia com gritos de o pré-sal é nosso. Deste ano até 2022, o governo calcula que serão repassados R$ 112 bilhões para saúde e educação, a partir da nova lei.

Fonte: Câmara dos Deputados Federais

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