Investimentos no setor de TI devem crescer 4,9% em 2019


Os investimentos no mercado de telecomunicações e tecnologia da informação (TI) devem crescer 4,9% em 2019 no Brasil, de acordo com projeções da consultoria International Data Corporation (IDC).
 
Esse resultado deve ser composto por um aumento de 10,5% no setor de TI (armazenamento e gestão de dados, inteligência artificial, internet das coisas, softwares e aparelhos, entre outros) e queda de 0,3% no setor de telecomunicações (banda larga e telefonia fixa e móvel).
O salto no setor de TI é explicado pelos investimentos empresariais na chamada transformação digital, isto é, na mudança de processos e atendimentos de plataformas analógicas para interfaces digitais, visando à economia de custos e à melhora no atendimento a consumidores.
 
“E não é possível fazer a digitalização sem investir em infraestrutura e serviços na área de TI. Isso é um ‘driver’ importante para crescimento do setor. Já está acontecendo e veremos de forma ainda mais intensa nos próximos três anos”, afirmou o gerente de pesquisas da IDC, Pietro Delai, durante coletiva de imprensa.
 
“Os negócios exigem mais eficiência, maior capacidade de processamento de dados e melhora na experiência dos consumidores”, completou.
Delai acrescentou que está se consolidando uma mudança no hábito de consumidores e empresas, com suas atividades mais baseadas no tráfego de dados, com menor uso das chamadas de voz, por exemplo Por sua vez, o mercado de telecomunicações já passou por uma forte onda de investimentos na expansão das redes nos últimos anos, com tendência de manutenção ou desaceleração dos desembolsos daqui em diante.
 
O segmento de internet das coisas – que permite a comunicação entre máquinas – deverá movimentar investimentos de US$ 745 bilhões ao redor do mundo em 2019, com potencial para ultrapassar a marca de US$ 1 trilhão em 2022, puxado, principalmente, por aportes do setor industrial e de varejistas.
 
No Brasil, a estimativa é que o setor tenha aportes de US$ 9 bilhões neste ano, impulsionados pelas aplicações no agronegócio (monitoramento de safra, por exemplo), na saúde e na prestação de serviços públicos.
A consultoria ponderou que a evolução regulatória caminha lentamente no País, sendo que o plano nacional de internet das coisas aguarda sanção da Presidência da República há mais de um ano, enquanto o projeto de lei que simplifica a tributação das aplicações desse mercado continua em tramitação no Congresso. Com a conclusão da regulamentação e o avanço dos incentivos, o setor pode movimentar muito mais investimentos, observou a consultoria.
O mercado de gestão de dados – chamado pelo jargão de “big data & analytics” – deve movimentar US$ 4,2 bilhões em 2019 no Brasil, o que representa um crescimento de “um dígito alto”, segundo a consultoria. O IDC avaliou que as empresas têm mostrado dificuldade para fazer uma gestão de dados eficiente e tirar proveito de ferramentas como acompanhamento de performance ou alerta de produtividade, por exemplo. Segundo a consultoria, apenas 13,8% das empresas têm como prioridade expandir sua capacidade de tirar proveito de dados coletados no mercado para criar ou incrementar as fontes de receitas.
No setor de inteligência artificial, a projeção do IDC é que os investimentos cheguem a US$ 52 bilhões.
 
No Brasil, 15,3% das médias e grandes empresas já têm inteligência artificial entre as principais iniciativas de tecnologia da informação, patamar que deve dobrar nos próximos quatro anos. Por aqui, as áreas com maior potencial de crescimento da inteligência artificial são aqueles ligados a atendimento a clientes, análise e investigação de fraudes e diagnósticos e tratamento de saúde.
 
Fonte: Diário do Comércio
 

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