Varejo se recupera, mas vendas ainda estão instáveis


De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE), em outubro, as vendas do varejo restrito (que não considera veículos e materiais de construção) subiram 2,5% sobre o mesmo mês do ano passado (ver tabela abaixo), frustrando as expectativas dos analistas de mercado (5,1%).
 

No caso do varejo ampliado (que inclui todos os segmentos), na mesma base de comparação, a alta alcançou a 7,5%.

 

Embora o resultado tenha se mostrado abaixo das expectativas, para os economistas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) há uma indiscutível recuperação das vendas do varejo, que têm crescido de forma ininterrupta durante os últimos sete meses.

 

Contudo, reconhece a equipe da ACSP, o ritmo de recuperação, além de oscilar bastante, é muito desigual entre os vários segmentos.

 
A perspectiva dos economistas da entidade é de intensificação do ritmo de recuperação durante os próximos meses, na medida em que as taxas de juros continuem se reduzindo, num contexto de progressiva recomposição do poder aquisitivo das famílias.
 

Nos resultados acumulados nos últimos 12 meses, ambos tipos de comércio (restrito e ampliado) apresentaram os primeiros resultados positivos (0,6% e 1,4%), desde abril de 2015 e junho de 2014, respectivamente.

 

Durante o período janeiro a outubro também foram registrados aumentos, que alcançaram a 1,4% e 3,2%, respectivamente.

 

Na comparação com outubro de 2016, o crescimento do volume comercializado do varejo apresentou perfil disseminado, porém, heterogêneo.

 

As vendas dos supermercados apresentaram leve alta de 1,5%, ainda refletindo o efeito da redução dos preços de alimentos, provocada pela supersafra agrícola, e pela recuperação do poder aquisitivo dos salários, decorrente da forte desaceleração da inflação.

 

Esse mesmo fator foi responsável pela elevação das compras de tecidos, vestuário e calçados (4,7%) e de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (6,2%).

 

As elevações mais intensas do volume comercializado de material de construção (18,6%), veículos (13,6%) e móveis e eletrodomésticos (10,1%) não somente se explicam pelo aumento da renda, como também pelos efeitos positivos provocados pelas menores taxas de juros, pelos maiores prazos de financiamento, pela retomada das contratações, embora tampouco se possa descartar o efeito positivo da menor base de comparação.

 

Fonte: Diário do Comércio

 

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