Para aprimorar a transparência da informação e garantir coerência aos dados disponibilizados ao governo e à sociedade, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), junto com todos os Conselhos Regionais, preparam-se para lançar o primeiro relato integrado do Sistema CFC/CRCs.
Representantes dos conselhos regionais participaram, na sede do CFC, em Brasília, do Seminário do Relatório de Gestão no formato do Relatório Integrado do Sistema CFC/CRCs. Palestras, oficinas e debates foram realizados para o alinhamento do trabalho que será realizado em conjunto. A medida segue orientações do Tribunal de Contas da União, e o Relatório Integrado de 2018 deve ser enviado para o Tribunal de Contas da União (TCU) em maio.
“Buscamos a uniformização dos dados para melhorar a qualidade da informação. Esperamos que os participantes retornem aos seus estados com o entendimento coletivo sobre a importância do cumprimento das exigências do TCU, não só para a prestação de contas de suas atividades, mas para a correta aplicação das ações de governança e de esclarecimentos à sociedade sobre a nossa atuação em prol do desenvolvimento sustentável do País”, explicou o presidente do CFC, Zulmir Breda.
Um dos principais momentos do evento foi a palestra da contadora Vânia Borgerth. Superintendente da área de Controladoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ela integra a aliança internacional International Integrated Reporting Council (IIRC) e também é coordenadora da Comissão Brasileira de Acompanhamento do Relato Integrado (CBARI). Vânia realizou um histórico sobre os relatórios corporativos e como surgiu a necessidade do relato integrado no Brasil.
A especialista ainda explicou a importância do papel do profissional de contabilidade nesse trabalho, principalmente no momento de transição que vivemos. “Nós, contadores, podemos contribuir muito para esse processo, já que temos consciência sobre a nossa competência para a elaboração de um relatório colaborativo. Reportar com eficiência e ética é o nosso dever”, afirmou Vânia.
No setor público, Vânia Borgerth explicou que o principal objetivo do relatório integrado é que a administração demonstre à sociedade como as estruturas de governança funcionam para mobilizar recursos visando alcançar objetivos. “O setor público possui uma obrigação muito maior em ser transparente do que o setor privado. Todo cidadão que paga imposto é investidor do seu governo e tem o direito de saber o que está acontecendo, já que não existe a opção de parar de pagar ou mudar de fornecedor”, ressaltou a representante do IIRC.
O secretário de Controle Externo da Fazenda Nacional, do TCU, Thiago Dutra, explicou a proposta do tribunal e disse que o maior objetivo é representar resultados que atendam de forma efetiva e útil às demandas da sociedade, ou seja, que criam valor público.
Ele também lembrou que, de acordo com a Decisão Normativa TCU 170/2018, todos os órgãos e entidades da administração direta e indireta devem preparar e apresentar seus relatórios integrados. “Temos um grande desafio de recuperar a confiança da população brasileira que, hoje, no setor público, é baixíssima. E devemos começar pela prestação de contas que não interessa só ao TCU, mas, principalmente, à sociedade”, completou Dutra.
Fonte: Jornal do Comércio