Mais tributos, menos presentes


Está chegando a hora de dar presentes no Natal, e mesmo com muita pesquisa de mercado o consumidor não tem como fugir dos impostos embutidos nos produtos.  Entre os objetos estudados pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), os perfumes importados são os mais tributados chegando a 78% do valor, juntamente com eletroeletrônicos, que também apresentam uma alta incidência tributária, por serem considerados supérfluos.

 

Segundo o IBPT, é quase impossível, entre as muitas opções de presentes, achar alguma em que não há carga excessiva de impostos, nada fica de fora das mãos do governo. Esta realidade acaba diminuindo o poder aquisitivo e, por sua vez, a quantidade de produtos adquiridos pelo consumidor.

 

Para o despachante Maurício Weber, a alta carga tributária é ruim e atrapalha os negócios. “Às vezes, a gente deixa de comprar por causa do alto custo, em função dos impostos”, explica. Maurício comenta que o melhor seria diminuir a tributação para estimular o consumo, assim o governo iria ganhar só que tendo que movimentar muito mais a economia, beneficiando o consumidor.

 

Conforme a auxiliar administrativo Taís Sobrinho, se paga muitos impostos no Brasil e o retorno não é satisfatório. Esta é uma situação complicada já que muitas vezes é preciso comprar um produto independentemente se sobre ele incide ou não muitos impostos. Taís enfatiza que o país tem arrecadações de muitos bilhões todo mês, mas deixa a desejar nos serviços de saúde, segurança e educação. “O governo tira muito e devolve pouco”, afirma.

 

De acordo com o IBPT, a elevada tributação dos presentes se deve ao fato de serem considerados bens supérfluos.  Ele explica que no Brasil, a tributação é muito concentrada no consumo, o que acaba elevando os preços dos itens e, muitas vezes, impedindo que o contribuinte consuma mais e melhor.

 

O instituto afirma que o perfume pode chegar até 78% de tributos, entre federais, estaduais e municipais. O cidadão paga mais de 50% em impostos nos itens como relógio 53,14% e joias 50,44%. Os eletroeletrônicos também apresentam uma alta incidência tributária, como no caso do aparelho de MP3 ou Ipod com 49,45%; o tablet, com 39,12%; e o telefone celular com 33,08% de encargos.

 

Erechim

 

Ao longo deste ano, de janeiro até 12 de dezembro, segundo Impostômetro, Erechim já arrecadou em impostos municipais mais de R$ 69 milhões. No mesmo período mais de R$ 114 bilhões foram para os cofres do Rio Grande do Sul. Em 2017, os brasileiros já pagaram mais de R$ 2 trilhões em impostos ao governo federal, e trabalharam em torno de 153 dias só para pagar tributos.

 

Retorno

 

No Índice de Retorno e Bem Estar Social (IRBES), que mede o ranking dos países em que os impostos trazem mais bem-estar à sociedade, o Brasil ocupa a 30ª posição. Em primeiro lugar está Austrália, segundo Coréia do Sul e terceiro Estados Unidos (EUA).

 

Impostômetro

 

O total de impostos pagos pelos brasileiros também pode ser acompanhado pela internet, www.impostometro.com.br, criado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) em parceria com o IBPT. No site é possível acompanhar quanto país, estados e municípios estão arrecadando em impostos e também o que os governos podem fazer com todo o dinheiro arrecadado.

 
 

Fonte: Jornal Bom Dia

 

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